sexta-feira, 26 de novembro de 2010

a hora chega.


só vento frio que esvoaçou meus cabelos foi capaz de provar a minha presença alí;
as flores fúnebres do jardim na minha frente contrastavam com meu all star e minha calça jeans rasgada.
outra lágrima escapou de meus olhos e a cada soluço que eu dava, só acabava absorvendo mais tristeza e languidez.
enxuguei a lágrima das minhas bochechas na esperança de que, junto com ela, fosse levado o luto e o desamparo,
para que apenas ficassem as nossas lembranças imutáveis, nossos momentos, nossas relíquias.
cravei espinhos nos meus dedos ao apertar a rosa branca em minha mão, mas nem a dor superou meu vazio mórbido e latente.
joguei a rosa pro alto e o vento não poupou esforços pra levá-la pra longe, pra longe de mim.
assim como a rosa, você se foi;
e o pior nem era falar 'descanse em paz',
o pior era completar com um doloroso e infinito 'pra sempre'.

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